sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Texto Casual I

Existem momentos em que paro e reflito.
Volto a tempos que pensei esquecidos.
Abro um baú de oportunidades.
Fico parado no escuro. Silencioso.
Contemplando o fim dos meus dias.
Conformado com o mundo.
Entregue a todas as desgraças.
Juntando pedaços valiosos
Da minha vida. Das aventuras.
Com os olhos fechados, bem unidos.
Talvez, tudo represente o medo.
Causa importante, alicerce da poesia.
O tremor que enche os pulmões.
A rebeldia de outros tempos.
A felicidade restrita.
Um Papa-léguas a velocidade da luz.
No entanto, sinto algo diferente.
Tudo o que me move causa ferida.
Ouço as mais doces palavras.
Construo as mais doces poesias.
Condenado a uma tristeza sem fim.
Aos erros, às trapaças de um destino
Que não tem consciência do meu esforço.
Enraizado em solo inimigo.
Carente de um amor de novela.
Carente de um abraço, de um beijo.
Carente de muitas formas diferentes.
Assim prossigo, debilmente.
Achando areia em pleno oceano.
Conspirando os mais lindos encontros.
Enfeitando as minhas emoções.

(Pedro Araújo)

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