Acalanto o meu pesar com lamento.
Sou a encarnação do sofrimento,
Nos seus impulsos mais ébrios...
Abro as cartas muito amareladas.
Não vejo mais o meu amor querido.
Suspiro em um sonho já inserido
Nas piores angústias dissimuladas.
As lágrimas escorrem sorridentes.
Riem de mim e do meu tormento,
São hienas a mostrar os dentes...
Eu me perco no meu pensamento,
Seduzido pelas migalhas tristes
Que de certo nunca na vida vistes.
(Pedro Araújo)