domingo, 22 de abril de 2018

Eu, pobre poeta de ontem

[Escrevo]

Um poema de conformismo

Para espantar a tristeza,

Ela é longa e devora a carne.

Não sabe me enganar com seus caprichos.

Tem em si a fome das hienas

E o coração pulsante dos chacais.


Eu, pobre poeta de ontem,

Não sei nada sobre coisa alguma.

Como um ancião, escoro-me 

Nas coisas do caminho. Achando em pleno

Voo a queda mais emocionante.


Se bato no chão, desfaço-me em mentiras,

Em angustias. Se, por acaso, asas

Brotam nas minhas costas. Um sorriso

Satânico surge, alertando sobre o

Engano do céu que se rendeu às linhas

Tristes desse texto inconsequente. 


(Pedro Araújo)