quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

16 de janeiro (2)

Observo um mundo novo,
Repleto de novidades esplêndidas. 
Encho a minha xícara de café.
É quase meio-dia.
Ontem choveu nesse horário.
Costuro em minha cabeça
Diagnósticos. A pasta do dia
É longa. O meu trabalho
Espera de mim eficiência.
Vivo num tempo enferrujado,
mas propenso ao novo.
Novo ódio, novo assalto,
Novo drama das nove.
Levanto. O corpo pesado. 
A alma pesada. Procuro no vazio
Todas as razões do mundo.
No fim, acabo remoendo o passado.

 (Pedro Araújo)

16 de janeiro

[...] Sou um poeta velho.
Tenho em meus olhos a certeza
De dias esquecidos.
Coloco a mão no bolso.
Uma moeda? As nuvens passam.
Em suas formas, animais,
Ocasiões; algumas engraçadas.
O pensamento voa.
Cara doido! - pensa um garoto ali perto.
Ele não sabe o que vivi.
Sigo rua abaixo.
Ainda perdido no vazio.
Uma quimera de ferro,
Cimento e pessoas se apresenta.
Afinal, já passa das 11:00h.
A vida borbulha o seu frenetismo.

(Pedro Araújo)