sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Amargo, escuro e imperfeito

[...] Eu me sinto tão fingido
Que me guardo sem saber.
Até onde poderei escondido
Não lembrar mais de você?
 
Olho em volta sem saudade,
Os móveis são meus monstros.
A cada passo me toma a idade
Nas palavras más de outros.
 
Já tive de me ver sonhando,
Rezando e prometendo tudo.
Perdido e nunca me achando.
 
Que o vento se faça um escudo
Para esse coração sem jeito,
Amargo, escuro e imperfeito...
 
(Pedro Araújo)