Filho meu querido,De um pai
Sempre estressado.
Perdoe os erros grandes
Desse homem
Pequeno. Ele
Não sabe como
Retribuir o coração
Gentil. Não sabe
Como caminhar
Sem pisar em pedras,
Mas entenda filho.
A luz da vida
É forte e, às vezes,
Nos cega. Torna
As emoções duras
E as atitudes pálidas.
Receosas de um futuro,
Onde ele, o futuro,
Não ousa parar
Para ver até onde vai.
(Pedro Araújo)
Achando que sou tolo.
Estais onde ninguém vê,
Atrás das nossas orelhas.
Canta feliz a música do tempo.
Ele passa calado,
Consumindo as almas.
Castigando a carne, as estruturas,
As emoções.
Tudo passa,
Nada fica estático a espera
De oportunidade.
Engana-se, amiga,
Achando que paro para
Chorar. Os homens não choram.
No coração, esse cofre,
Ficam retidos os sentimentos.
Fechados, amordaçados,
Pela corrente furiosa da vida.
Pela frieza incontida
Do rancor sem tamanho.
(Pedro Araújo)
