sábado, 15 de novembro de 2014

Ofício Poético III

Observei certo dia um p
ássaro.
Um pássaro de pano,
Cheio de rendas e caprichos.
Ele era azul celeste.
O azul mais profundo
Desse mundo.
Por um bom tempo
Detive-me à surpresa
De um iniciante nas artes
Da percepção.
Comparando aquilo
A muitas coisas.
Uma cadeira. Uma xícara.
Um pensamento.
De repente, ele voou.
Levou consigo tudo.
Enquanto o dia morria.
Eu percebi que na vida
As comparações são inúteis.
Viver preso a isso
É uma besteira.
Uma grande besteira.

(Pedro Araújo)

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