Sombras malditas, todas amarguradas.
Pelo campo dos mortos desprezados
Volvam no ar dos mal aventurados.
Raiva, inveja e solidão presentes
Lágrimas que tomam os decadentes.
Afoguem com fúria os desgraçados
Nas angústias, todos abraçados...
Oh, almas sem paz nos seus prantos
Amem o vazio e vaguem nos espantos
Cavem bem fundo o amor profano.
O tempo vai e a dor segue ano a ano.
Corre a pena e com ela o seu encanto.
Comigo morre o que enfim eu canto.
(Pedro Araújo)
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