sábado, 21 de novembro de 2020

O Corvo

Árvores decrépitas e amaldiçoadas
Sombras malditas, todas amarguradas.
Pelo campo dos mortos desprezados
Volvam no ar dos mal aventurados.
 
Raiva, inveja e solidão presentes
Lágrimas que tomam os decadentes.
Afoguem com fúria os desgraçados
Nas angústias, todos abraçados...
 
Oh, almas sem paz nos seus prantos
Amem o vazio e vaguem nos espantos
Cavem bem fundo o amor profano.
 
O tempo vai e a dor segue ano a ano.
Corre a pena e com ela o seu encanto.
Comigo morre o que enfim eu canto. 

(Pedro Araújo)

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